Relato – 1 (Fonte: Dicionário Enciclopédico)

Situada próximo da serra de Mértola, no extremo Este do conselho de Mértola e seu limite com a fronteira espanhola, na margem direita do rio Chança, afluente do Guadiana, Corte do Pinto dista da sede de conselho cerca de 18 km. Estende-se por uma área de 1069 hectares e é composta pelos de Corte do Pinto, Corte azinha e Mina de S. Domingos.

Corte do Pinto, para além de ter sofrido uma primeira influência castreja, numa fase ulterior, sem também assinalar a presença da civilização romana na sua região. A comprovar o referido, deve sublinhar-se que foram descobertos na freguesia vestígios de dois importantes castros. O primeiro toma o nome de Corte do pinto, e terá dado origem à atual freguesia. O segundo, apresenta a denominação de Castro da Corte de S. Domingos e é revelador de uma primitiva construção castrense. Ambos tinham um objetivo comum: estabelecer o aquartelamento de uma pequena guarnição de legionários e policiarem as importantes regiões mineiras, desde tempo recuados, existentes na freguesia.

O lugar de Mina de S. Domingos, terá sido reconhecido e explorado inclusive pelos próprios fenícios e cartagineses. Mais tarde, os romanos, durante quase quatro séculos, terão incrementado e seu desenvolvimento, restando do seu tempo, o castro acima assinalado, e ainda, uma roda que permitia a elevação da água da mina, a qual se encontra exposta no Museu Nacional das Técnicas em Paris. Sabe-se também que os Muçulmanos, ininterruptamente, ali terão procurado ouro e prata e que a documentação medieval estabelecia que o minério desta mina proveniente fosse submetido a taxa no conselho de Mértola.

Helena frades, na sua obra “Minas de S. Domingos – Génese, Formação Social e Identidade Mineira”, considera as Mina de S. Domingos, durante o seu período de laboração, como “o maior e mais importante jazigo de pirite cuprífera em território Português, fazendo parte da Faixa Piritosa Ibérica”. Trata-se de uma área geológica que se estende por cerca de 230 km, entre Sevilha e Grândola, para sul. Em Espanha engloba a província de Huelva e se prolonga, em Portugal, pelo Baixo Alentejo, enquadrando ainda as minas de Aljustrel, Lousal, Caveira, Chança e Montinho. A mina de S. Domingos situa-se num território onde as atividades agropecuárias tinham pouco vigor económico. Um facto que atesta perfeitamente essa situação, relaciona-se, por exemplo, com o tipo de renda e respetivo valor que, em 1876, tinha o cura da atual freguesia (apresentado pelo arcebispo de Évora e depois o bispo de Beja) equivalente apenas três moios, de trigo.